Ao longo da última semana, algumas matérias culturais estamparam dois fatos curiosos relacionados ao show que aconteceu na última quarta-feira, 13, no Allianz Parque, em São Paulo. O primeiro: de se tratar de uma “reprise” — uma vez que a apresentação já havia passado por lá em 2017; o segundo: de fazer parte do maior sucesso comercial da indústria musical de 2018 — uma turnê que faturou US$ 432 milhões no ano passado.
Tais informações se referem aos shows de divulgação de ÷ (Divide) (2017), 3º disco de estúdio de Ed Sheeran, que retornaram ao estádio da capital paulista sem grandes mudanças. Até a sétima música, tudo seguiu como em 2017: “Castle On The Hill”, “Eraser”, “The A Team”, “Don’t / New Man”, “Dive”, “Bloodstream” e “Happier”.
A primeira surpresa foi “Tenerife Sea”, delicado single de X (Multiply) (2014), que arrancou sorrisos dos fãs mais dedicados do britânico. A ação foi complementada pelo medley de “All Of The Stars / Lego House / Give Me Love”, tendo a primeira sido escrita para o blockbuster A Culpa É Das Estrelas e as duas seguintes sucessos do disco de estreia de Sheeran. Um toque novo no setlist, que serviu para deixar um sentimento nostálgico naqueles que acompanham o cantor desde 2011.
A parte das quatro canções citadas, praticamente tudo permaneceu, incluindo a duvidosa cover de “Feeling Good”, da lendária Nina Simone, que soa incompleta quando o cantor insiste em reinventá-la sem o apoio de uma banda. Ainda assim, o estádio estava quase lotado (com alguns buracos na pista normal, mas com a pista premium, cadeiras e arquibancadas sem lugares visíveis), com vozes que ecoavam as composições de Sheeran da primeira à 17ª música.
O cantor de 27 anos é realmente um fenômeno. E faz jus aos milhões arrecadados em 2018. É uma máquina de entretenimento, que não deixa o público se desconectar nem por um minuto. Antes de tocar “Bloodstream”, ele se dirigiu ao que chamou de “2% da plateia que normalmente não se envolve” com o show. “Agora quero falar com vocês, provavelmente pais ou namorados que não queriam estar aqui. Se vocês cantarem comigo, eu prometo que será divertido”, disse. E realmente foi.
Ele é dono de melodias fáceis, letras que fazem qualquer um se perguntar porquê não está apaixonado, e comanda o palco de um estádio sozinho, trocando (frequentemente) de violões e transparecendo não errar no manuseio dos pedais. Ed Sheeran não precisa de novidades porque ele cria os próprios clássicos, ao mesmo tempo em que entende o quê e como o grande público quer ouvir e ser ouvido. Um bom motivo para os brasileiros voltarem ao Allianz Parque nesta quinta, 14, e fazerem parte da legião mundial de fãs que continua lotando estádios (e o bolso do britânico).
Setlist – Ed Sheeran @ Allianz Parque (13 de fevereiro de 2019)
- Castle on the Hill
- Eraser
- The A Team
- Don’t / New Man
- Dive
- Bloodstream
- Happier
- Tenerife Sea
- All of the Stars / Lego House / Give Me Love
- Galway Girl
- Feeling Good / I See Fire
- Thinking Out Loud
- Photograph
- Perfect
- Sing
- Shape Of You
- You Need Me, I Don’t Need You