Foram 10 longos anos desde a última passagem do McFly pelo Brasil, mas sua visita atual tem sido tão marcante que fica difícil acreditar nesse enorme espaço de tempo.
O quarteto inglês formado por Tom Fletcher, Danny Jones, Harry Judd e Dougie Poynter desembarcou em São Paulo na segunda-feira de manhã, 16, e foi recebido calorosamente em seu hotel. Eles ainda aproveitaram o dia ensolarado de outono para dar uma corridinha no Parque do Ibirapuera e interagir com fãs que também se exercitavam por ali.
A primeira coisa a se notar nesse retorno histórico às terras brasileiras, definitivamente, é o tempo que passou. Não só todos os integrantes se encontram agora na casa dos 30 anos – com alguns já formando família – mas suas fãs também cresceram. 10 anos atrás, elas levavam CDs e pôsteres para serem assinados pelos artistas. Hoje, algumas levam seus filhos para conhecê-los.
Esse amor que dura uma vida inteira e amadurece conforme o tempo passa é uma das coisas mais bonitas de se notar na visita do McFly ao Brasil. Na noite de terça-feira, 17, a banda iniciou sua série de shows brasileiros no palco do Espaço Unimed (antigo Espaço das Américas) e, por algumas horas, todos naquele lugar voltaram a ser adolescentes – inclusive eles.
As pequenas dificuldades técnicas e a repentina perda de voz do vocalista e guitarrista Tom Fletcher não foram o suficiente para minar a energia altíssima com a qual o McFly entrou no palco e conduziu o set. A banda começou com tudo, abrindo o show com “Red” e seguindo com a série de favoritas “Friday Night”, “Star Girl”, “One For The Radio” e “Lies”.
Durante essa primeira parte, os vocais ficaram por conta majoritariamente de Danny Jones e Dougie Poynter, mas Fletcher passou a assumir maiores versos na maior parte da setlist depois de “Josephine”, sendo auxiliado pelos colegas de banda quando necessário. Durante a última música, “The Heart Never Lies”, ele enxugou discretamente algumas lágrimas e pareceu chateado por não conseguir performar a canção completa.
Apesar desse empecilho, o desempenho do McFly no palco foi apaixonante e contagiante. A dinâmica da banda é mais que a de apenas quatro músicos, e sim a de quatro amigos que, mesmo depois de duas décadas, ainda são apaixonados pelo o que fazem e, principalmente, um pelo outro. Eles conversam e se ajudam mutuamente e se mostram bastante atenciosos com a plateia, inclusive pausando o show para ajudar uma fã que tinha perdido o celular.
Infelizmente, o quarteto não se apresentou para uma casa lotada e nem para um público tão energizado quanto eles, mas isso não impediu que Danny os chamasse de “uma das plateias mais barulhentas e mais talentosas que eu já vi”. Os fãs também chamaram a atenção de Harry Judd ao gritar seu nome várias vezes, ao que ele respondeu: “Vocês são o único país que canta meu nome tão alto, obrigado!”.
Apesar de tudo estar visivelmente diferente, em alguns momentos parece também que nada mudou. Agora adultos, os integrantes do McFly cantaram as músicas de sua adolescência e juventude com tanto vigor e significado quanto cantavam aos 20 anos. Esse respeito e reverência por sua própria discografia, independente do tempo que passou, é uma das principais forças de uma banda que cativou tanto um público que o fez se manter fiel mesmo depois de 10 anos sem álbuns novos ou shows em seu país.
Na noite de terça-feira, o McFly levou São Paulo em uma verdadeira viagem no tempo. E foi lindo demais de se ver.
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