Por: Bruno Fernandes

No último sábado, 27, o Rio de Janeiro recebeu a segunda edição do MITA Festival (Music Is The Answer), no Jockey Club Brasileiro. A DJ, produtora musical, compositora e cantora LARINHX subiu ao palco e convidou MC Carol, Slipmami e Ebony para dar início ao festival com o pé direito: exaltando o funk carioca. 

Logo em seguida, Jehnny Beth, também conhecida como vocalista da banda de rock Savages, trouxe ao Brasil sua turnê solo. A cantora e atriz francesa apresentou um show intimista, afirmando sua versatilidade artística e autenticidade. 

Subindo ao palco Deezer para celebrar a diversidade cultural brasileira ao mesclar diversos gêneros musicais, Gilsons entregou um show descontraído e cheio de energia. A plateia cantou junto “Várias Queixas”, “Love Love” e o cover de “Duas Cidades”, do grupo BaianaSystem

Já no pôr do sol, a banda de jazz instrumental BADBADNOTGOOD fez um show duplamente magistral ao convidar uma de suas maiores inspirações e parceiro de arranjo, o maestro brasileiro Arthur Verocai. O Palco Corcovado, bem abaixo dos braços do Cristo Redentor, trouxe uma atmosfera única para o show. 

Seguindo com a programação, em uma mistura de samba, bossa nova e rock, o lendário Jorge Ben Jor presenteou o público com seus clássicos atemporais, fazendo um show que poderia ter horas e horas de duração. 

Conforme foi anoitecendo, a atmosfera se transformou quando o produtor e DJ Flume assumiu o controle e disparou hits como “Never Be Like You”, “Drop the Game” e o remix de “Tennis Court”, da Lorde

Quem mostra a resistência do hardcore nacional? Quem ensina como se faz para orquestrar uma plateia e criar uma roda gigantesca no chão do Jockey Club? “É o Planet Hemp!”. A banda carioca deixou os fãs enlouquecidos com o show e marcou a história do festival com a maior roda punk já vista em todas as edições.

Para fechar a primeira noite, Lana Del Rey subiu ao Palco Corcovado e entregou seu primeiro show como headliner desde 2019. A artista, que esgotou os ingressos do primeiro dia de festival, apresentou grandes hits de sua carreira como “Norman Fucking Rockwell”, “Ride” e “Ultraviolence”, as clássicas “Born to Die”, “Blue Jeans” e “Summertime Sadness” e ainda introduziu canções de seu recente álbum Did you know that there’s a tunnel under Ocean Blvd. Infelizmente, devido ao horário, Lana foi impossibilitada de concluir o espetáculo da forma que queria. Ainda que tenha tentado prolongar, deixou os fãs com um show incompleto. 

O domingo, 28, nasceu bem caloroso e teve início com o rap e R&B de Jean Tassy e Yago Oproprio, no palco Deezer, e logo se encaminhou para o pop e MPB de Carol Biazin, no palco Corcovado. 

Sabrina Carpenter abriu a rodada de shows internacionais do dia, mas poderia facilmente se passar como brasileira devido às inúmeras palavras em português ditas pela cantora. Os fãs conseguiram ouvir onze das treze músicas de seu último álbum, emails i can’t send, assim como o sucesso “Looking at Me” e o cover de “The Sweet Escape”, de Gwen Stefani

A banda carioca Scracho reviveu momentos de nostalgia dos fãs que acompanharam sua trajetória ao longo desses anos. Além dos diversos sucessos escolhidos a dedo pela banda, o show ainda contou com uma homenagem a Rita Lee, com o cover de “Mania de você”. 

O tão esperado show de reencontro do NX Zero foi abençoado pelo Cristo Redentor numa tarde ensolarada no Rio de Janeiro. A banda lotou o Palco Deezer e trouxe no repertório os maiores hits da carreira, deixando sua legião de fãs com o coração acalorado e com o gostinho de “quero mais”. 

Pela primeira vez no Brasil, o grupo musical formado pelas irmãs Este, Danielle e Alana Haim, trouxe ao palco um show de simpatia com uma mistura única de indie rock, folk e influências dos anos 80 e 90. Além de sucessos como “Forever”, “The Wire” e “I Know Alone” (performando a icônica dança do trio), a banda também fez um cover de “Ilariê”, após declarar seu amor pela Xuxa desde criança. 

A banda de rock progressivo The Mars Volta, conhecida por suas composições longas e experimentais, fez um show forte e intimista. A setlist foi composta por oito músicas, incluindo seus maiores sucessos: “Inertiatic ESP”, “Roulette Dares (The Haunt Of)” e “The Window”.

Florence + The Machine ecoou todos os cantos do Jockey Clube com sua voz extremamente poderosa e angelical, transformando o último show da edição num verdadeiro espetáculo. A vocalista fez uma ode à dança com os hits do seu último álbum, Dance Fever, celebrando a vida e os encontros — visto que as canções foram escritas em tempos de isolamento social, durante a pandemia. Outras músicas como “Shake It Out”, “Ship to Wreck” e “Dog Days Are Over” estremeceram o chão do festival, enquanto “Never Let Me Go” se tornou um hino cantado de olhos marejados. 

A segunda edição do MITA, no Rio de Janeiro, foi uma experiência memorável, repleta de performances impressionantes e momentos inesquecíveis. O encontro entre o público, os artistas e a majestosidade do Cristo Redentor criou uma atmosfera mágica e única. Agora o festival se encaminha para sua nova residência em São Paulo, o Novo Anhangabaú, para celebrar a música no próximo final de semana (3 e 4 de junho).

Confira a galeria de fotos do evento tiradas pelo nosso colaborador Bruno Fernandes:

Categorias: Resenhas