Texto por Stephanie Souza

Ativos desde 1997, entre mudanças de formação, um hiato de cinco anos e sete álbuns com sonoridades que flertam com o metalcore, o emo e o post hardcore, Underoath voltou ao país com um setlist que contemplou boa parte de sua obra e não hesitou em exibir sua constante evolução.

O evento contou com a abertura dos gigantes nacionais da banda Gloria. Com um setlist diversificado entre suas fases, abriram o show com seu trabalho mais recente, Coração Codificado, para um público ainda morno mas que não demoraria a se animar. Em “A Arte de Fazer Inimigos”, quinta música da noite, uma grande roda se formou no meio da pista, com diversas pessoas animadas, gritando e cantando em alto e bom tom, enquanto Mi Vieira, vocalista, os incentivava ainda mais com sua performance agressiva.

“Horizontes”, para a alegria de todos os presentes, contou com uma breve participação surpresa de Lucas Silveira, que subiu ao palco pra cantar sua parte no feat. de 2012 e ainda aproveitou para saudar seus companheiros de carreira e reverenciar o rock brasileiro. “Desalmado” e “Minha Paz”, últimas músicas do set, mantiveram a energia lá em cima, com um público bastante engajado e aquecido para o ato principal. 

Com o clássico atraso, Underoath finalmente subiu ao palco com “Take A Breath” sendo recebidos por uma recepção intensamente recíproca logo nos primeiros segundos. Algumas rodas se abriram com ânimos bastante exaltados, mas em “Writing in the Walls” e “In Regards to Myself”, ambas do álbum Define The Great Line, o show tomava forma com um público completamente entregue, que cantavam a plenos pulmões dois dos maiores clássicos da banda, enquanto Spencer Chamberlain, vocalista, se aproximava da grade pra cantar com os fãs que estavam ali.

“Illuminator” foi a única música escolhida do não tão favorito álbum Disambiguation mas teve aprovação com uma enorme roda que tomava conta de quase toda a pista do VIP Station em uma entrega de energia surreal da banda, que interagiu de forma bastante animada com o público.

“Too Bright to See, Too Loud to Hear”, música da fase cristã do grupo, trouxe um breve momento de calmaria aos corações animados que cantavam como num coral gospel, em um momento bem semelhante à um culto de igreja, com mais tatuagens e camisetas pretas. “Reinventing Your Exit” e “You’re Ever So Inviting” deram continuação aos clássicos na setlist e “Let Go” e “Damn Excuses” vieram representando as mais novas, com grande recepção entre músicas com mais de uma década de diferença de lançamento.

Spencer aproveitou uma pausa para agradecer ao público, e também fez promessas de não demorar a voltar ao país novamente, agradando os fãs ao dizer que aquele tinha sido o melhor show dessa turnê. O hit “A Boy Brushed In Red”, inegavelmente a música mais aguardada da noite, foi deixado para o final em momento explosivo entre os presentes que mais uma vez se empurravam em uma grande dança caótica, enquanto a banda encerrava de forma pontual a apresentação que dava fim a uma saudade de mais de uma década.

As luzes se acenderam novamente e a sensação de realização era palpável e a felicidade estava em todos os olhares e sorrisos que atravessavam a pista: todas as expectativas dessa volta foram cumpridas. Uma apresentação enérgica com grande troca entre a banda e o público, uma trajetória dinâmica que mostra versatilidade em todas as suas fases e uma legião de fãs fiéis que abraçaram todas essas mudanças: Underoath não nega porque merece o posto de um dos grandes pilares do metalcore moderno.

Nosso colaborador Thiago Vidal também esteve por lá e registrou a noite. Confira nossa galeria de fotos logo abaixo.

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