Se você é fã de indie rock nacional, a The Zasters é uma banda obrigatória para entrar no seu radar.

Com muita energia, autenticidade e audácia, a banda incorpora elementos do pop e até mesmo do rap em algumas de suas músicas, fazendo um som elétrico, instigante e bastante colorido, assim como sua identidade visual no momento. É impossível ficar parado ouvindo uma música da The Zasters.

Formado atualmente por Jules Altoé, Nabila Sukrieh e Rafael Luna, o grupo começou inicialmente como um power trio feminino, já com Jules e Nabila na formação, por volta de 2015. Em entrevista ao Mad Sound, Jules conta que sentia falta de referências femininas no indie rock com as quais ela se identificasse, o que funcionou como combustível para que ela formasse sua própria banda, com sua própria identidade. 

“A gente sempre sentiu que o rock para mulheres é uma coisa de resistência”, explica. “Sempre tem que ser dura senão parece que você não é rock, as pessoas acham que você é menos. E a gente queria falar de tudo. Queria falar de amor, queria ser sensível, mas também ser brava e assertiva.”

A grande fagulha para o surgimento da The Zasters foi o movimento indie rock dos anos 2000, dominado por bandas como Arctic Monkeys, The Strokes, Two Door Cinema Club e The Killers. Atualmente, suas músicas são altamente influenciadas não só por Jack White e o supergrupo Dead Weather, mas também por grandes cantoras pop, como Dua Lipa, Lady Gaga, Ariana Grande e Demi Lovato.

“A gente tinha um som bem mais cru em 2018, meio garage rock, e a gente foi andando pra caminhos do pop, um pouquinho do rap, do indie pop”, conta Rafael Luna.

O primeiro EP da The Zasters, This is a Disaster (2016), mostra bastante esse lado mais prematuro da banda, ainda sem tanto polimento, mas com bastante força de vontade e personalidade. Em 2017, com a entrada de Rafael Luna, o grupo passou a acrescentar novos elementos em seu som, lançando uma série de singles entre 2019 e 2020, até o próximo EP, What Just Happened? (2020).

O projeto foi feito no período pandêmico e traz reflexões dessa época, assim como uma mudança no som da The Zasters, já que foi produzido inteiramente à distância. No ano seguinte, eles lançaram o EP sucessor What Comes Next (2021), que traz uma perspectiva pós-pandêmica sobre as dúvidas e ansiedades do que o futuro teria reservado para a humanidade. Nele está a primeira parceria da banda com as amigas da The Mönic, a faixa “Bittersweet”. Futuramente, as duas bandas se juntaram mais uma vez na música “Trovão”.

Para a The Zasters, é importante que os três integrantes tenham participação ativa no processo de composição, tanto nas letras quanto no instrumental. Essa mistura de estilos, perspectivas e ideias diferentes é o que torna o som da banda tão dinâmico e diversificado, com suas inspirações surgindo dos lugares mais inusitados. A faixa “She Likes Trouble”, por exemplo, é inspirada na personagem Ada, da série Peaky Blinders, que os integrantes da banda achavam bastante subestimada.

Recentemente, todo o trabalho da The Zasters culminou em seu primeiro álbum de estúdio, Hunting Season (2023). A espera valeu muito à pena, já que agora a banda se mostra muito mais madura e certa de sua identidade sonora, apostando em suas características únicas e na mescla de gêneros e influências, o que torna cada faixa bastante diferente da outra e cria um universo plural e criativo.

O disco teve produção de Gabriel Zander e mixagem de Matt Bishop, que já trabalhou com artistas como The Killers, Taylor Swift e Two Door Cinema Club. A masterização ficou por conta de Kevin Nix.“Esse álbum é com certeza o maior projeto que a gente fez até hoje como banda e como artistas independentes”, conta Rafael. “Tem um significado muito grande e muito pesado. A gente colocou tudo que a gente tinha e tudo que a gente podia no álbum. Tanto musical quanto de recurso, de tempo, de investimento… É um projeto que a gente tem muito orgulho do som que tiramos.

“Ele fez a gente encontrar uma identidade de ser versátil, de ter músicas muito diferentes entre si e mesmo assim ter a nossa cara”, completa. “A gente gosta de ser meio diferente. Temos nossos momentos mais raivosos, mais pesados, mais divertidos, mais alegres, e uns até mais tristes. E o álbum tem um pouco de cada uma dessas coisas.”

Confira o primeiro álbum de estúdio da The Zasters, Hunting Season:

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